Claudine M. D. Duarte

Foto: Janine Moraes???????????????? Foto: Janine Moraes

Claudine M. D. Duarte

“Livros verdes escondem sua dor, empilhados. ?rvores babil?nicas permitindo sombras e fr?geis certezas. Talvez n?o seja hoje.”

 

 

Como (quase) todos os goianos, amo pequi e tudo que acompanha o cerrado: ?rvores tortas, c?u azul, ar com gosto de terra e esse jeito de n?o desistir. Nasci na cidade de An?polis em maio de 1962 e herdei de meu pai, pol?tico e jornalista, o gosto pela escrita e pela express?o. Uma paix?o pelas palavras e seus ?ajuntamentos? nos livros? ai, livros! Fiz deles companheiros de jornadas. De todas. No curso de arquitetura e urbanismo na UnB, Cobijo se fez presente ao lado de outros. Na vida profissional, de arquiteta de espa?os f?sicos, passei ? constru??o de lugares e conex?es virtuais, dividindo com outros parceiros do mundo da tecnologia da informa??o, o prazer da leitura e das inigual?veis distopias. A paix?o pelos livros me trouxe alguns sonhos: uma livraria de bairro e levar literatura aos palcos teatrais. Ousei adaptar Uma Criatura D?cil, de Dostoi?vski para o teatro e, com outro tanto de atrevimento, dirigi o espet?culo teatral em 2016. Neste ano, integro a montagem do O Legado de Eszter, do escritor h?ngaro S?ndor M?rai. Aquela livraria, esperando para acontecer aqui no cerrado, por enquanto se materializou no projeto cultural Calangos Leitores, onde coordeno Clubes de Leitura para adolescentes em quatro escolas p?blicas no DF.

 

Quanto ? escrita, tenho uma lembran?a assim meio desbotada de umas f?rias escolares, em Ipameri, onde eu queria escrever uma hist?ria t?o linda como a do vaqueiro de Vandr?, cantado por Jair Rodrigues na inesquec?vel Disparada e meu bisav? me deu um bloquinho azul de sua Pharmacia (era com ph e ele se chamava M?cio) e saiu um misto de roteiro de faroeste com Meu P? de Laranja Lima? N?o foi publicado, mas juro que teve um primo que chorou. Adolescente, escrevi umas cr?nicas, faziam chorar tamb?m. Ambas foram publicadas no jornal que meu pai dirigia. Apenas isso. E foi tudo por muito, muito tempo. E hoje, depois de muito ch?o, duas filhas, dois netos, v?rios cursos de escrita criativa, storytelling e de roteiro, resgatei a coragem do bloquinho azul e ?desassombrei? um primeiro livro: Desencontos, uns minicontos azuis? como disse o poeta Thiago de Mello: sei que azuis refiro, sei que azuis usei.

 

Parte do ?nimo para expor meus textos veio do encontro maravilhoso do Mulherio da Letras, a sensa??o de pertencimento desembara?ou uns n?s renitentes e permitiu integrar esse coletivo editorial chamado Maria Cobog?. Sou uma das sete. Escutam o bater de asas? S?o p?ginas sendo folheadas ou seriam palavras se ajeitando em fila??

 

 

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